segunda-feira, 21 de abril de 2014

Como vender sua imagem! (ou Como Sobreviver na sala de aula!)

(Escrito em 10/04/2014 – Publicado em 21/04/2014)
Parte I
Todo professor, na verdade todo trabalhador, precisa sobreviver por meio do seu “ganha pão”. Alguns, bem poucos em relação à massa de trabalhadores existentes neste país, têm a tal da estabilidade. O que não significa que não tem que produzir ... . A maioria, como eu, tem que “matar um leão por dia” para se manter na ativa.
Nós professores, leia-se trabalhadores, vivemos sempre na “corda bamba”. A pressão vem de todos os lados: alunos, coordenadores e pais.
Nossos alunos não tem mais incentivo para estudar. Nós professores tentamos de todas as formas “estimular” o nosso aluno para que ele estude. Talvez muitas de nossas propostas de estímulo estejam equivocadas. Por exemplo: na FAT (Faculdade de Tecnologia de Alagoas), onde dou aula de cálculo diferencial e integral, fazemos duas avaliações por bimestre com média 7,0 para aprovação. Depois tem a reavaliação e a prova final. Neste 1º semestre de 2014, minhas notas foram muito baixas, então resolvi seguir a sugestão do meu amigo professor doutor Sandro Holanda (física): caso o aluno tire 7,0 ou mais na segunda avaliação dobramos a nota do mesmo, ou seja, substituímos a nota da primeira avaliação.
Será que é a nota que nosso aluno quer no Ensino Superior? E no Ensino Básico? Penso que é pior ainda! Neste nível nos deparamos com os seguintes questionamentos: “Estudar para que professor? Fazer faculdade hoje é muito fácil. Em cada esquina tem uma”.
Antigamente, ou como dizem alguns amigos docentes, “no meu tempo”, estudávamos para ter um futuro como profissional, acreditando que isto mudaria completamente nossa vida financeira. Nossos alunos, de qualquer nível educacional, estão imersos num mundo capitalista Neoliberal onde tudo tem que ser imediato. Não existe “futuro”, só existe para eles o agora, o imediato, e no “agora”, estudar para quê?
Sem contar a “indústria da pesca” ...
Os coordenadores, sejam de curso no Ensino Superior, sejam os pedagogos educacionais no Ensino Básico, tentam desempenhar o seu papel. Correm de um lado para outro dizendo para os docentes: “temos que estimular nossos alunos! temos que motivar nossos alunos! temos que despertar o interesse deles por nossa disciplina!”.
Como estimular, como motivar, como despertar o interesse.
Psicólogos de plantão: socorro!
Quando estou ministrando a disciplina de Didática do Ensino Superior sempre faço o questionamento: como ensinar quem não quer aprender?
O mundo moderno, pós-moderno, contemporâneo – não sei como os historiadores nomeiam o sec. XXI – está cheio de atrações para a garotada; estas atrações não incluem Matemática, Física, Química, ...
A relação professor família está cada vez mais complicada, esta charge que minha ex-diretora no Colégio Madre Cecília, em Campinas/SP, me enviou resume bem a situação atual deste relacionamento.

Os valores estão invertidos. Quando os pais vão à escola, via de regra, é para reclamar do docente. “Imagine, meu filho jamais faria isso! Também o professor X persegue o menino! Acho que o professor Y não gosta da minha filha, pois ela não corresponde as paqueras dele! A professora não gosta de minha filha porque ela é muito mais bonita que a professora.” E por aí vai ...
Nós professores estamos sempre no “fogo cruzado”: o aluno não quer aprender estas coisas chatas, os coordenadores insistem que devemos ajudar os meninos a ter interesse pelos conteúdos e muitos pais acreditam que seus filhos nunca cometam erros.
O que fazer professor?
(continua na próxima semana)

Texto baseado no livro:
Título: Como vender você: fortaleça sua imagem pessoal e impressione todos na organização.
Editora: Laselva Negócios – 3ª ed. – Maio de 2013

Obs.: presente da minha amada filha Maria Isabela

Nenhum comentário:

Postar um comentário