A
docência se dá dentro e fora da sala de aula, a docência é uma atividade que
educa a todo instante.
Como
ensinamos? Já sabemos que o conteúdo é importante, mas, nos nossos dias,
somente o conteúdo importa? Não!, nunca foi, e nunca será “só” o conteúdo.
O
professor, como os pais, ensinam/educam também, e principalmente, pelo exemplo.
Vejamos. Lecionei no Senai Alagoas em um projeto denominado EBEP, uma parceria
do Senai com o Sesi. O Senai era responsável pela educação técnica no período
vespertino e o Sesi pelo ensino médio no período matutino.
Eu
e um amigo professor “pegávamos” carona com um terceiro docente até determinado
ponto. Meu amigo descia primeiro e eu continuava mais um pouco. Qual foi minha
surpresa ao ouvir o diálogo dos dois:
“-
O aluno foi me dedurar porque atendi o celular na sala!
-
Que absurdo!
-
Concordo, os alunos tem que entender que nós professores somos responsáveis,
temos família, e que estamos sujeitos a várias situações!”
Incrível:
O professor em questão
não admite que os alunos atendam celular na sala de aula. Pratica o “faça o que
eu falo, mas não faça o que eu faço”!
Para este docente os
alunos são irresponsáveis? Ou será que eles não tem nenhuma responsabilidade!
Seriam discentes
órfãos, todos sem família?
Além de tudo são como
vegetais, pois somente o professor está sujeito “a várias situações”.
É nas palavras de Içami Tiba, no seu livro Quem Ama
Educa: aprendemos pelo “como somos”, pela forma em que vivemos.
Somos seres sociais, vivemos em sociedade,
aprendemos e ensinamos a todo instante; seguimos e emitimos exemplos a todo
momento.
Istiván
Mészáros, no seu livro Educação para além do capital coloca que a
educação deve ter como resgate o seu sentido estruturante na sua relação com o
trabalho. Podendo assim trazer possibilidades criativas e emancipatórias ao ser
humano e à complexa rede social. Afirma que a exclusão se dá dentro da escola,
e não fora dela. Não basta o ingresso do aluno no espaço escolar, é preciso
reinventar formas e soluções às problemáticas sociais nesse espaço, também. Os sujeitos que compõem esse cenário devem
refletir a transformação em práticas concretas que ultrapassam os muros
escolares, gabinetes e fóruns acadêmicos, adentrando-se nos espaços públicos,
ruas e ao mundo todo.
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