segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A docência não esta cofinada a 4 paredes.

A docência se dá dentro e fora da sala de aula, a docência é uma atividade que educa a todo instante.

Como ensinamos? Já sabemos que o conteúdo é importante, mas, nos nossos dias, somente o conteúdo importa? Não!, nunca foi, e nunca será “só” o conteúdo.

O professor, como os pais, ensinam/educam também, e principalmente, pelo exemplo. Vejamos. Lecionei no Senai Alagoas em um projeto denominado EBEP, uma parceria do Senai com o Sesi. O Senai era responsável pela educação técnica no período vespertino e o Sesi pelo ensino médio no período matutino.

Eu e um amigo professor “pegávamos” carona com um terceiro docente até determinado ponto. Meu amigo descia primeiro e eu continuava mais um pouco. Qual foi minha surpresa ao ouvir o diálogo dos dois:

“- O aluno foi me dedurar porque atendi o celular na sala!
- Que absurdo!
- Concordo, os alunos tem que entender que nós professores somos responsáveis, temos família, e que estamos sujeitos a várias situações!”

Incrível:

O professor em questão não admite que os alunos atendam celular na sala de aula. Pratica o “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”!

Para este docente os alunos são irresponsáveis? Ou será que eles não tem nenhuma responsabilidade!

Seriam discentes órfãos, todos sem família?

Além de tudo são como vegetais, pois somente o professor está sujeito “a várias situações”.

É nas palavras de Içami Tiba, no seu livro Quem Ama Educa: aprendemos pelo “como somos”, pela forma em que vivemos.

Somos seres sociais, vivemos em sociedade, aprendemos e ensinamos a todo instante; seguimos e emitimos exemplos a todo momento.

Istiván Mészáros, no seu livro Educação para além do capital coloca que a educação deve ter como resgate o seu sentido estruturante na sua relação com o trabalho. Podendo assim trazer possibilidades criativas e emancipatórias ao ser humano e à complexa rede social. Afirma que a exclusão se dá dentro da escola, e não fora dela. Não basta o ingresso do aluno no espaço escolar, é preciso reinventar formas e soluções às problemáticas sociais nesse espaço, também. Os sujeitos que compõem esse cenário devem refletir a transformação em práticas concretas que ultrapassam os muros escolares, gabinetes e fóruns acadêmicos, adentrando-se nos espaços públicos, ruas e ao mundo todo.

A educação deve ser contínua e encontra-se também na vida, fora das instituições formais; baseada em exemplos e atitudes e não somente em conteúdo programático...

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