A
concepção filosófica do professor e sua prática educacional – Parte 1
Este texto foi desenvolvido
baseado em uma disciplina que cursei na UNICAMP-SP, como aluno ouvinte do
doutorado. A mesma foi ministrada pelo professor Antonio Miguel, pelo qual,
desde então, tenho verdadeira admiração.
Não sou conhecedor teórico da Filosofia,
muito menos das Escolas Filosóficas. Mas a partir do meu conhecimento, e de
várias noites em claro estudando, escrevi as linhas a seguir para me preparar a
concurso público da UFAL – que nunca consegui passar – e também para curso de
pós graduação no CEAP – instituição dirigida pelo professor Benedito.
A ideia básica é apresentar três
linhas de pensamentos filosóficos: platonismo, formalista e concepção falibilística. A partir de então, situar a
prática do professor na sala de aula.
Farei uma análise sobre a prática
do professor de matemática, porém a mesma se aplica a qualquer área do
conhecimento.
Como este texto é um pouco mais teórico,
vou dividi-lo em três partes. Uma para cada escola filosófica.
Na concepção platonista, a
Matemática existe independente dos homens, pois está em alguma parte, no mundo
das ideias platônicas. Acredita-se que os objetos matemáticos existem, mesmo
que não tenhamos conhecimento sobre eles, isto é, os objetos matemáticos são
reais. Sua existência é um fato objetivo, totalmente independente de nosso
conhecimento sobre eles. (Davis & Hersh, 1985: 359).
Os objetos são entes ideais, não
são físicos ou materiais, existem desligados de um espaço e tempo, portanto são
imutáveis. O papel do matemático é o de descobrir o que já existe, está
pré-determinado no mundo.
A concepção platônica está baseada
nas ideias de Platão, que valorizava o trabalho intelectual em detrimento do
trabalho manual. Distinguia o mundo das ideias do mundo das coisas,
considerando que as verdades absolutas estavam dadas em um mundo ideal. A
Matemática se encontrava neste mundo ideal, tendo supremacia em relação às
outras ciências. Baraldi considera que esta concepção está presente quando
consideramos a Matemática “contextualizada nela mesma, abstrata, pronta e
acabada, que somente pode ser aprendida intelectualmente.” (1999: 85).
A partir deste posicionamento
1. o professor
entende que o conteúdo já está pronto
2. o
professor “sabe” que conhece este conteúdo (já ensinaram a ele na faculdade)
3. o
professor é quem conhece o conteúdo, o aluno está ali para aprender
4. o
professor “sabe” ensinar, pois ele é o professor
ora, se o professor domina o conteúdo que já
está pronto e sabe ensinar o mesmo, caso o aluno não aprenda a culpa é de quem?
Obviamente do aluno, pois este não consegue aprender ...
Infelizmente
muitos docentes trazem esta concepção de educação enraizada dentro de si. A maioria
de nós, docentes, praticamos a Reprodução Escolar, ou seja, ensinamos do jeito que
aprendemos. Isto nos engessa. Nos limita. É muito difícil quebrar as amarras e partirmos
para uma educação mais formativa, emancipatória ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário